Como resposta à entrada de um antigene o sistema imunológico ativa várias células B responsáveis, no seu todo, pela produção de diferentes anticorpos. A esta diversidade de anticorpos que fica no soro de um ser vivo imunizado contra um certo antigene, chama-se anticorpos policlonais, porque resultam da multiplicação de diferentes células B, ou seja, de diferentes clones. No entanto, cada célula B produzirá sempre o mesmo anticorpo o que significa que o clone de células resultantes da mesma célula B produzirá, também, o mesmo anticorpo, pelo que se chamam anticorpos monoclonais.

Os diversos anticorpos produzidos têm maior ou menor especificidade em relação ao antigene, pelo que a sua ação biológica é mais ou menos eficaz. Em termos biomédicos interessam os anticorpos com maior especificidade para um antigene, pelo que seria determinante poder isolar a célula B responsável pela produção desse anticorpo e em laboratório poder multiplicá-la indefinidamente, produzindo anticorpos monoclonais de grande especificidade, que seriam de grande utilidade. Das muitas células B de um clone, umas diferenciam-se em plasmócitos – que continuam a produzir o anticorpo – e outras ficam como células de memória, responsáveis por uma resposta mais rápida quando o organismo voltar a ter contacto com o mesmo antigene. Os plasmócitos são células terminais, já não se dividem e sofrem apoptose – morte programada – por isso, é muito baixa a produção de anticorpos monoclonais por esta via. Os plasmócitos resultantes de mielomas – tumores malignos de células B – são células imortais, porque se multiplicam indefinidamente. Para a produção industrial de anticorpos monoclonais é necessário ter-se a célula B que produz o anticorpo pretendido e associá-la a uma célula B de mieloma que os produzirá indefinidamente. Georges Köhler e César Milstein – prémios Nobel da Medicina em 1984, pelo trabalho em monoclonais – obtiveram, em 1975, um hibridoma, ou seja, uma célula híbrida resultante da fusão de uma célula de mieloma com uma célula B normal. Os hibridomas mantêm, em simultâneo, a capacidade de produzir os anticorpos da célula B normal e a capacidade de se reproduzir indefinidamente da célula tumoral. Os hibridomas são autênticas fábricas de produção de anticorpos monoclonais.

Os anticorpos monoclonais têm aplicação no diagnóstico de tumores e de infeções ocultas, na terapêutica de tumores, infeções e doenças autoimunes, sendo também utilizados para evitar a rejeição no caso dos transplantes.

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